sexta-feira, 25 de julho de 2008

Antoine e Camille


Camille era uma aluna de intercâmbio de nacionalidade inglesa, chegou à Universidade em Paris para se matricular nas aulas de francês. Uma jovem de beleza admirável, rosto perfeito e corpo que parecia desenhado. Ela encontrava-se empolgada com sua nova aventura. Ao fazer um passeio pelo campus avistou um jovem, lindo e atraente, Antoine, um francês charmoso amante das artes, adorava pintura, desenhava tudo o que via ao redor do mundo. Retornou para França para aprimorar seus estudos.

Ao perceber que uma bela jovem o olhava, retribuiu o olhar, e ficaram assim por segundos, até que Camille se envergonhou e desviou, e seguiram seus caminhos distintos. Passados alguns dias, se reencontraram na biblioteca, apresentaram-se um ao outro e começaram uma agradável conversa, Antoine então a convidou para conhecer as magníficas ruas da cidade e levá-la, é claro a um verdadeiro café parisiense. Lá ficaram conversando a manhã inteira, conhecendo mais um ao outro, contando ambos suas histórias de vida, e vendo que tinham muito mais em comum do que podiam esperar, foi um encontro esplêndido de personalidades. Antoine se ofereceu para ajudar Camille em seu aprendizado no francês, ela sem hesitar aceitou, pois nada melhor que um lindo francês para ajudar. E assim durante um bom tempo, encontravam-se todos os dias para os estudos e prolongavam para conversas pessoais em algum charmoso café.

Num desses dias de encontro combinaram de se ver depois das aulas. Antoine queria levar Camille a casa onde se encontrava hospedado, lá havia um piano clássico, uma das grandes paixões de Camille, que tocava maravilhosamente bem. Antoine queria levá-la para tocar e assim poder apreciar. Ela para retribuir deixaria que Antoine a desenhasse enquanto tocava. E assim foi... Ao observá-la tocar ele a desenhava com uma fulminante paixão no olhar. Camille insistiu que o ensinaria a tocar piano, ao lado dela ele se sentou e começaram a dedilhar o teclado. A proximidade agradou a ambos, sentiram-se excitados com o encostar das peles. Antoine não resistiu à beleza singular de Camille, e a beijou. Um beijo suave que foi ganhando intensidade pela vontade de ambos. Começaram a se tocar, acariciando-se com desejo apaixonante.

Ao despir Camille completamente, Antoine ficou extasiado com tamanha perfeição, um corpo de curvas suaves e pele macia, seus seios firmes e delicados, que ele só queria tocar e beijar. Camille por sua vez, deliciava-se passando as mãos suavemente pelo corpo esculpido e excitante de Antoine, nada muito forte, do jeito que ela apreciava. A cada pegada que Antoine dava em seus quadris para encaixá-la mais em seu corpo, Camille delirava e fazia com que Antoine a deseja-se cada vez mais. E permaneceram ali o resto da tarde se amando com uma intensidade e uma vontade que parecia que o mundo acabaria, e se acabasse, que fosse naquele momento que os corpos amantes sentiam tamanho prazer e satisfação.

E como era de se esperar, continuaram a se encontrar todos os dias após as aulas de francês e as aulas de artes, sempre em um lugar diferente para conversar, sorrir, se distrair, é claro viver os momentos de prazeres excitantes e únicos que encontravam um no outro.

E assim pretendiam ficar. Enquanto a magia durar, e o desejo continuar...


J.


*****
Este conto foi escrito por mim há uns dois anos, é simplório, e foi reduzido para ser postado.
Quem sabe depois venham os outros mais elaborados :D



Beijos à todos os blogueiros amigos que sempre passam por aqui...







quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ele


De início ele causou arrepio
Vindo junto uma forte atração
Passou a ser seu desejo, sua paixão
Pensar nele já não era algo vão


Ele era tudo que ela sempre quis
Um lindo estranho, perfeito como nunca vi
Tornou-se seu bem querer
Seu maior prazer


Com um frio no estômago corre para lhe encontrar
Com doses de bloody mary e músicas para cantar
Fizeram daquela única noite a mais feliz em que puderam estar


E tudo passou a ser uma mistura de realidade, vontade e pensamentos a delirar
Seu toque ficou em seu corpo, sempre que lembra ela se põe a suspirar


Um dia pode ser que se encontrem para novamente amar
Doce união que veio para exitar


Mas no íntimo ela passa a se perguntar
Foi real? Ele existe?


E ele acena para confirmar
Deixando a saudade de algo perfeito no ar.


J.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ela


É ela quem ele adora
é ela sua eterna prostituta
ela será a mãe das suas crianças
e ao mesmo tempo uma criança para o seu coração

Eles nunca deverão se separar
Eles nunca irão se separar

Assim como ele sempre repetia:
Minha adorável garota, você é a beleza do meu mundo
sem você não há razões, porque seguir todo o longo caminho só?

Minha bela não se preocupe,
eu arrancarei tudo o que for torto,
assim como Poe* fez a Berenice.

E você será perfeita como eu
será uma amante em minha cama
e uma arma na minha cabeça

Nós nunca devemos nos separar
Nós nunca iremos nos separar

Troca meu nome por adorável garota
Pois saiba que a adorável garota, é o assassinato de todo o seu mundo
A adorável garota é tudo que você não tenta ser porque têm medo

Em mim você vê sujeira,
em mim você conta estrelas,
comigo você se sente tão belo,
comigo você perde tudo que sempre foi treinado pra ganhar

Diante o mistério de tudo que você deveria se empenhar pra me ensinar
Adorável garota, você é o assassinato do meu mundo

E você vai ser sempre minha prostituta
Porque é você que eu adoro
E vai ser perfeita como eu

Em você eu me sinto sujo
Em você eu conto estrelas
Em você eu me sinto tão belo

Nós nunca devemos nos separar.



Baseado em Ava Adore
*Edgar Allan Poe, escritor inglês 1809 - 1849, literatura sombria e poética

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Faz de conta


Não respondo teus e-mails, e quando respondo sou ríspido, distante, mostrando meu receio, mantenho-me alheio: FAZ DE CONTA QUE EU TE ODEIO.


Te encho de palavras carinhosas, não economizo elogios, me surpreendo de tanto afeto que consigo inventar só para agradar, sou uma atriz, sou do ramo: FAZ DE CONTA QUE EU TE AMO.


Estou sempre enaltecendo os planos que eu tenho, sempre reclamando que os outros fazem tudo errado: FAZ DE CONTA QUE EU DOU CONTA DO RECADO.


Sinto falta de pessoas que já me foram queridas, quase chegaram a ser amigas, momentos divididos com muitas alegrias, hoje já não falam, os laços se desfizeram, eram boas companias dignas do meu voto : FAZ DE CONTA QUE ME IMPORTO.


Debocho de festas e de roupas glamurosas, não entendo como é que alguém consegue viver nas baladas na área vip, dormir tarde todas as noites, ser convidado para todos os eventos modernos: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO QUERO.


Assisto ao telejornal, lamento a dor dos outros e passo noites em claro tentando entender corrupções, descasos, tudo o que demonstra o quanto foi desperdiçado meu voto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SUPORTO.


Tenho amigos que sumiram, trancafiados em seus leitos, pararam de ligar, poucos são os que estão a me procurar: FAZ DE CONTA QUE NÃO PERCEBO.


Digo que perdôo, lembro dos bons momentos, digo que os ruins ficaram no passado, que já não lembro de nada, que toda mágoa é peso morto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SOFRO.


Cito Aristóteles e Platão, leio poesia concreta, compro telas abstratas, fico fascinada com modernosos arranjos musicais e assisto sem legenda o mais recente filme romeno: FAZ DE CONTA QUE EU ENTENDO.


Tenho todos os ingredientes para um prato divino, mantenho o bar abastecido, um pouco de sal e pimenta para tempero na despensa e o fogão que parece novinho: FAZ DE CONTA QUE EU COZINHO.



Bem-vindo ao mundo da fantasia, qual é o seu papel?
Você pode ser um fantasma que atravessa paredes e não pode ser visto, ser anão ou ser gigante escolhando o tamanho de sua grandeza, um menino prodígio ou uma criança ingênua, o mutante que passa pelas mais variadas transformações, a donzela perdida a espera do seu herói, ou uma sex symbol mostrando tudo que destrói. FAZ DE CONTA apenas FAZ DE CONTA.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ju decide matar


Eu não sei pelo que lutava, ou porque gritava
Me sentia tão confusa, tornei-me adormecida
Tudo o que eu tinha era negatividade
Agora sei que não me importa mais
Hoje estou quebrando essa rotina
Hoje as respostas estão bem claras
Quero sentir, quero viver, quero algo real
Me sinto livre
Obrigada por morrer
Por se deixar morrer
Assim eu renasci para a vida

Para a minha vida
Sendo mais eu
Sendo quem eu quero ser
Ter muito mais do que posso ter
Entenda o que quero dizer
Hoje estou quebrando essa rotina
Hoje encontrei a mim mesma
Me sinto muito bem por ter matado você
Sinto dentro de mim um enorme prazer.


*O título é uma pequena brincadeira com o título do livro Verônica decide morrer.
Em minha vida prefiro matar um sentimento a deixá-lo me fazer morrer.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mudança



Mantenha-se em permanente estado de mudança.
Perceba que quando você muda o pensar, muda as suas crenças.
Quando você muda as suas crenças, muda as suas expectativas.
Quando muda as suas expectativas, você muda, também, as suas atitudes.
Mudando as atitudes, você muda seu comportamento.
Quando você muda o seu comportamento, muda junto a sua atuação.
E, por fim, quando você muda a sua atuação você muda o mundo.
***

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Vida


"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."


Trecho do poema "Viver não dói" de Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Doce perverso



Um sorriso perfeito mostra o olhar indecente
Tem a perversidade que se mistura com a bondade
Com puros sentimentos num grande coração que trazem consigo
A maldade, escondida atrás da verdade
Maldade provocada ou apenas já enraizada
Já faz parte de ti a perversidade de querer e não querer
Provocando um enraivecer
Pecados são tantos
Que já não dá mais pra saber
Perversa estas a ser por querer arder nas loucuras do prazer
O doce rosto engana a quem quer esconder
Quem já sabe ainda há muito que conhecer
Da perversidade encorporada no teu ser
É o que há de mais extremo e intimo em ti
A maligna perversidade com que pode viver


J.
***
"A perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atrativo."
Oscar Wilde

quarta-feira, 2 de julho de 2008

lábios divididos




Amor meu, se estou embaixo do vai e vêem de tuas pernas
Se estou afundado num vai e vêem de quadris
Isto é o céu, meu céu

Amor fugido,
Tomas-me, deixas me espremes e me atiras a um lado
Te vais a outros céus e regressas como os beija – flores
Me tens como um cachorro a teus pés

Outra vez minha boca insensata
Volta a cair em tua pele
Volta a mim tua boca e provoca
Volta a cair em teus peitos em teu par de pés

Lábios compartilhados, lábios divididos, meu amor
Eu não posso compartilhar teus lábios
Nem compartilho o engano, nem compartilho meus dias, nem a dor
Já não posso compartilhar teus lábios,
Oh amor, oh amor, compartilhado

Amor mutante
Amigos com direito e sem direito de ter-te sempre
E sempre tenho que esperar paciente
O pedaço que me toca de ti

Relâmpagos de álcool
As vozes sós choram no sol
Minha boca em chamas torturada,
Te despes anjo
Logo te vas

Outra vez minha boca insensata
Volta a cair em tua pele de mel
Volta a mim tua boca dói
Volta a cair em teus peitos em teu par de pés

Lábios compartilhados, lábios divididos, meu amor
Eu não posso compartilhar teus lábios
Nem compartilho o engano, nem compartilho meus dias nem a dor
Já não posso compartilhar teus lábios

Que me parta um raio
Que me enterre o esquecimento, meu amor!
Mas não posso mais compartilhar teus lábios
Compartilhar teus beijos, lábios compartilhados!

Te amo com toda minha fé sem medida
Te amo ainda que estejas compartilhada
Teus lábios têm o controle.
Te amo com toda minha fé sem medida
Te amo ainda que estejas compartilhada
E segues tua com o controle.


Lábios Compartidos - Maná

*vale a pena ver o vídeo

terça-feira, 1 de julho de 2008

Monte Violeta


Foi um longo e escuro Dezembro
Dos telhados, eu me lembro
Estava nevando (tinha neve), neve branca

Claramente, eu me lembro
Das janelas, eles estavam assistindo
Enquanto nós congelávamos no chão frio

Quando o futuro é arquitetado
Por um carnaval de idiotas em amostra
Seria melhor você ficar quieto

Se você me ama,
não vai me deixar saber?

Foi um longo e escuro dezembro
Quando os bancos tornaram-se catedrais
e a névoa tornou-se Deus.

Padres agarraram-se às bíblias
E saíram para ajustar seus rifles
E a cruz foi mantida no alto

Me enterrem com honra
quando meu corpo cair no chão
E um amor de volta pra casa se desdobrará

Se você me ama,
não vai me deixar saber?

Eu não quero ser um soldado,
com um capitão de um navio náufrago
e com a neve muito distante

Então, se você me ama
porque não me deixa ir?

Eu levava meu amor para Violet Hill
Lá nós nos sentávamos na neve
E o tempo todo, ela continuava em silêncio

Se você me ama,
não vai me deixar saber?


Violet Hill - Coldplay


***